Pobre criança triste
Que a beira do abismo segue
Não sabe se continua o caminho
Ou se ao abismo cede
Face oculta pela escuridão
Vulto pequeno
Magro e belo
Cabelos jogados ao vento
Visão turva pelo trajeto
Pisa pedra e areia
Passos trôpegos,
Embriagados
Aos poucos vai ao chão
E nele permanece impávido
Mente cansada, pobre criança
Almeja descanso e paz
Que no silêncio da noite
A alma sôfrega não traz
Verte lágrimas quentes
Soluços de um coração febril
Que do mundo anda desiludido
Feito jovem senil
Onde encontrar forças para a luta?
Pergunta que ecoa lacerante
Não vê esperança alguma
Em seu caminhar errante
Ergue-se
Põe-se a olhar o infinito
Um suspiro arrancado do peito
Como se fosse um último pedido
Torna a fitar o abismo
Torna a olhar o caminho
Não é tão fácil a escolha
De alguém que se supõe sozinho
Por um breve instante
A dor acalma, alivia
Decide seguir adiante
Dando uma chance a aurora que já anuncia
Pobre criança perdida
Um sopro que vai sem descanso
Buscar entre flores da vida
Alguém para sentir seu encanto
RESGATE
Há 14 anos
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