"NOVO OLHAR"

Respiro o ar que a muito me faltava

Abro os olhos e invade-me a sensação de bem estar

Passos incertos, ansiosos pela jornada

O prazer de descobrir ângulos, idéias

Concepção de liberdade

A coragem de largar-me ao mundo,

Pulso acelerado, riso fácil

O saber deixar-me levar

Intuir quando devo parar

Jogar, arriscar, pagar pra ver

Despir-me dos medos, trocar de pele,

Feito metamorfose ambulante

Abrir os pulmões para o grito contido

E deixar meu rubro pedaço apenas bater

O que corre por dentro, escorre em vertiginosa ânsia

Desejo incontido de quebrar relógios e dobrar mapas

Criar minha estrada sem fim

Cheia de curvas e pedras

Mas banhada pela chuva das pétalas de flores

Daquelas que me fornecem a semente

Das que já encontrei

Das que com certeza ainda encontrarei

Sinto o cheiro das cores da esperança, o gosto das escolhas

A presença dos elementos

A essência da vida a transformar-me

O sussurrar do desconhecido abrindo-me horizontes

O outrora intangível a centímetros das mãos.

O fluxo contínuo

O irrefreável impulso de vida

O abraço que não cabe no ínfimo espaço dos meus braços

O querer que ultrapassa a fronteira das palavras

O sabor, o cheiro, as cores, o sentir

Esse é meu mundo

É minha busca

Sou eu

"ELOS"

Quando estamos absortos no dia a dia...
Andando pela rua, caminhando em meio ao caos...
Quando vemos lugares bonitos...
Tomamos sorvete...
Vemos uma criança a brincar de bolhas de sabão...
Um por do sol fantástico...
Um filme emocionante...
Momentos vários no correr das nossas vidas
Mas que se compartilhados, ao lado de um amigo,
São de inestimável valor!
É ele quem nos estende a mão quando necessário.
Quem nos dá carinho e colo,
Briga e defende.
Quem nos orienta
Entende, joga conversa fora.
É ele quem nos ensina, muitas vezes, a viver!
Hoje festejo e dou graças a amizade.
E dedico essa humilde escrita aos verdadeiros e parcos(mas valorosos)
Amigos que a vida me proporcionou!

"INCONSCIENTE"

Depois de alguns minutos caminhando, chego a uma trilha batida, ainda meio desorientada, sem saber se realmente é esse o caminho que devo tomar.

Pergunto a um transeunte disposta a certificar-me, e mata adentro, sigo, vencendo a cada passo a distância que separa-me da cidade.
Sensação boa essa do encontro com a natureza. Sorrio pelo simples prazer do momento.

Respiro fundo olhando ao redor e recebendo o impacto ante tanta beleza. Não havia me dado conta do quanto isso tudo me fazia falta.
Incrível o bem estar, a euforia que arrebata meu coração!
Ponho-me a cantar, a rir como se alguém me houvera contado uma anedota, como se poderosa bebida fizesse efeito a ponto de inebriar-me a alma, a incendiar-me de ar puro e vida o peito.
Num instante dou-me conta de que pouco preciso para sentir-me bem. Penso em como seria bom se fosse eu um viajor a percorrer distâncias, conhecer paisagens e cidades. Uma mochila nas costas, um cantil uma roupa e um tênis confortável. Que mais poderia eu querer?
Estou algum tempo a devanear, quando ouço bem perto um barulho familiar. Novamente uma alegria indescritível!
A beira do caminho, eis que surge uma mini cachoeira, vinda do alto das pedras, a cair aos meus pés.
Rindo, penso que Deus nos mostra sua beleza quando menos esperamos. Estendo minhas mãos ainda relutantes, como se medo tivesse de ofender algo tão precioso tocando tão pura fonte.
Volto a caminhar, renovada, contando os passos, sem pressa de chegar ao destino.
Finalmente depois de mais algum tempo, avisto ao longe a civilização. É hora de botar os pés no asfalto e voltar a realidade.
Mas o que é a realidade?