Respiro o ar que a muito me faltava
Abro os olhos e invade-me a sensação de bem estar
Passos incertos, ansiosos pela jornada
O prazer de descobrir ângulos, idéias
Concepção de liberdade
A coragem de largar-me ao mundo,
Pulso acelerado, riso fácil
O saber deixar-me levar
Intuir quando devo parar
Jogar, arriscar, pagar pra ver
Despir-me dos medos, trocar de pele,
Feito metamorfose ambulante
Abrir os pulmões para o grito contido
E deixar meu rubro pedaço apenas bater
O que corre por dentro, escorre em vertiginosa ânsia
Desejo incontido de quebrar relógios e dobrar mapas
Criar minha estrada sem fim
Cheia de curvas e pedras
Mas banhada pela chuva das pétalas de flores
Daquelas que me fornecem a semente
Das que já encontrei
Das que com certeza ainda encontrarei
Sinto o cheiro das cores da esperança, o gosto das escolhas
A presença dos elementos
A essência da vida a transformar-me
O sussurrar do desconhecido abrindo-me horizontes
O outrora intangível a centímetros das mãos.
O fluxo contínuo
O irrefreável impulso de vida
O abraço que não cabe no ínfimo espaço dos meus braços
O querer que ultrapassa a fronteira das palavras
O sabor, o cheiro, as cores, o sentir
Esse é meu mundo
É minha busca
Sou eu